Num tempo atrás, aconteceu uma coisa que me deixou com raiva. Não triste, nem inconformada, muito menos com dó de mim. Só fiquei com raiva. Eu não sabia o que fazer com essa raiva, então escrevi, simplesmente, escrevi. E toda a raiva passou enquanto minha caneta delineava aquelas palavras, tudo foi passando. Até hoje guardo esse papel, já esta todo velho, todo amassado, mas faz todo o sentido para mim, porque foi real.
Atrito
Uma parla indignada entre eu e você
Parodiando antigamente surrada
O que se indica se querer
Num obliquar dissimulado sobre a sombra
Num indignar atrasado que se monta
O destroço percorre sua mente
Como o vácuo o espaço
No perpétuo longínquo, perene
Quando desnortear-se é grandioso
Quando a boca sorri num olhar furioso
Soprando pérfido e querelando assimilares
Sem nenhum mérito
Visando lindos pulsares
Será que não entendera
Um que sejas pequeno sinal
De quem será até o final?
Até que segregando para si
A pura derrota
Da essência sanguínea
Quando a veia corta
Numa ação curvilínea
Então trincafia-se em teu lupanar pútrido
E acentua a tua trilema
Fique mudo
Se este é teu dilema
Votivo para ti cair em teu próprio poço
Se atritando entre si
Em teu roço.
Raquel Lauer
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