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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Amizade finita




Amizade finita

Aquele tempo é tão antigo, que já não enxergo mais. Aquelas muitas fotos e cartas... Foram  jogadas fora, sem piedade. As brigas bobas, isso da saudade. Os momentos em que eu sozinha, era sua amiga. Aqueles outros em que você sozinha, era minha cumplice. Brincávamos escondidas de boneca, brincávamos de piquenique na frente de uma lagoa enorme. Ela continua lá, você também. Mas as lembranças vão sendo levadas embora enquanto as águas mudam. Dividíamos tudo, ao menos era o que eu pensava. Fui me distanciando. Foi fácil. Quando me aproximei de novo, você era uma grande ex-amiga. Não passava de borrão e sujeira. Mas eu não desgrudava do seu lado. Acho que em partes a raiva vinha mesmo da saudade, e a saudade da distancia que sempre teríamos por diante em nossos encontros. Eu sabia o que me escondia, eu sabia o que fazia, mas amizade também é aceitar. É aceitar que jamais seriamos boas amigas de novo. Mas saber que sempre vou poder contar sua história, como um vento inconstante que me faz mudar até hoje, quando me ponho a lembrar do quanto pude ser tola e agradável ao seu lado, me faz sentir bem. A ventania me livrou da brisa, e a brisa me livrou do tédio.

Raquel Lauer

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