Lindos e lindas!

quarta-feira, 26 de março de 2014

Desabafos Secretos




Como as coisas deixam de fazer sentido com o tempo. 
Uma palavra e bum. O mundo explode!
É como se tudo tivesse que ter lugar certo, e não tem. Como se os problemas mais complicados para mim, fossem besteira para os outros. 
Eu não quero sair por aí mudando tudo. Não quero deixar minha vida ser só casca, aparência e mais nada. 
Eu me permito errar, mas escondida. Eu me permito sofrer, mas na embriagues, eu me permito irritar e explodo com quem estiver por perto.
Eu prefiro acreditar que esta tudo bem sabe, mas não esta, esta tudo tão bagunçado quanto um quarto de criança. 
Acho que não vão entender, então pra que falar? Acho que não querem saber, então pra que contar? Acho que nem vão acreditar, então porque tentar?
Agradar os outros, colocar um sapato bonito e arrumar o cabelo. Pra que eu quero isso? Por que eu faço tanta coisa e luto tanto se ainda me sinto retrocedendo? É como se eu quisesse ser um pouco de cada um a minha volta e completamente eu ao mesmo tempo. E se eu pudesse saber o futuro... Eu saberia se todas as lutas valem a pena nesse momento. Eu quero mais, não quero viver sendo apenas mais uma, arranjando e dando um jeito na vida. Quero passar por mais, largar de mão e agarrar o mundo inteiro. 
Quero que parem de me ver assim, prefiro que parem de me ver se for para sempre pensarem que eu não posso errar... Quantas vezes na minha cabeça eu fico imaginando como as coisas poderiam ter sido, poderiam mudar. Mas, acho que hoje, nada disso vai acontecer, por mais que seja a coisa mais importante da minha vida. 
Tudo cai sobre nossas cabeças, menos as ideias boas. Tudo vem para minhas costas, menos a força necessária. Tudo esta fora do meu alcance, menos a vontade de esquecer que o mundo não volta atras. 

Quando eu fui terminando de ler, fui sentindo a dor de cada palavra sincera escrita naquele papel amassado. Era como se aquilo todo, como se eu quisesse pegar e colocar as dores no pote de vidro junto com a carta de letras tortas e sentimentos avulsos. Mas não posso, a vida é assim e todos passam por isso.
O que mais eu sei, em segrego vou guardar cada palavra e talvez até este que se encontra em minhas mãos, num lugar secreto, era para estar no lixo agora, mas errou o cesto (nunca se deu bem em esportes, nunca se deu bem com basquete) e caiu no chão. Peguei depois que se virou e foi para casa dormir, seus ombros caídos foram juntos, mas parecia que eram carregados com dificuldade.
Amanhã cedo, se quiser conversar, não posso, vai me dizer: "Coisa de momento, estou bem". Tudo bem.
Não posso negar que é difícil mesmo. Não ter realmente quem confiar, apenas num caderno velho.
E como se eu soubesse mais, peguei um copo d'água, bebi e fui caminhar como o vento - já era hora de ir também. A noite já pairava levemente, os pensamentos estavam longe de mim mas disse em baixo tom: energias positivas, te mando muitas energias positivas.

Raquel Lauer

terça-feira, 25 de março de 2014

Dizeres e desabafos



Não é fácil assim pra mim, talvez seja pra você.
Pegar e desabafar, falar sobre tudo e ser franco consigo, com as palavras, com as pessoas. Ah, isso trava muita gente, pelo menos a mim.
Este medo, talvez não seja medo, mas sei que essa chave que eu ando guardando, tem um cofre e meu amigo, você não precisa vir me falar, essa sua franqueza não vai funcionar comigo. Já sei de tudo, só não coloco as cartas para fora do relicário por que... Para mim o que esta bem, nem sempre esta certo.
Para você, eu vejo, pega o carro e vai, toma uma garrafa de água de uma só vez e nem se importa pra onde vai. Ouve musica alta e musica dançante!
Digita como se respirasse cada palavra enquanto eu, pego minha caneta, murmuro perto do espelho olhando o reflexo dos meus olhos arregalados o quanto eu sei que posso e ao mesmo tempo me perguntando: "o que?"
Ah não, sabendo ou não eu sempre me interrompo, faço pausas e releio. Cada linha, cada palavra, cada ponto esta em seu devido lugar. Mas isso é realmente o que quero?
É. Hoje é. Amanhã nem será mais, mas já foi, e aí, começo do zero e vou até o fim de novo. Talvez até quase o fim, pra achar um desfecho quando ele simplesmente existir dentro de mim.
E você ai, percorrendo suas ideias e sendo a correnteza e a chuva e sorrindo para as fotos sem se importar com o olho meio fechado e o cabelo mal arrumado.
Espontâneo, sabido talvez? Mas não venha me dar sermões de sei um pouco mais da vida, porque o que sabes de verdade? Tudo bem, o que esta por aqui e ali estampado, já sei de cor, me fale em segredo mais um pouco, sem dizeres chatos, te peço. Dai a gente conversa.
Não quero a sua ajuda para destrancar nada amigo, te aviso desde já, isso é só história que com o tempo se resolve. Eu sei que já vivi muito e não sou tão boba quanto minhas palavras as vezes deixam escapar! Deixe apenas essa onda passar e sente-se, pegue suas lembranças e eu pego meus rabiscos, assim a gente se entende.


Raquel Lauer