Lindos e lindas!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Histórias que ficaram para trás




Eu achei fácil naquela época, ir pelo caminho mais difícil. Pulei ideias e encurtei fases.
Passei pela mesma situação várias vezes, sem nem perceber as vezes que era a mesma coisa.
Camuflei e me deixei ser superficial e desatenta.
Não sabia, mas enquanto achava que estava ganhando tempo, estava desperdiçando mesmo.
Eu deixei dias importantes passar como dias qualquer. Eu deixei que pessoas desinteressantes fizessem de mim uma luz, apagada. Eu não os culpo, eu deixei que apagada.
Não coloquei vestido de formatura nem usei uniforme em todos os dias letivos. Não fui rainha de nada, mas por algum tempo, roubei e entrelacei olhares.
Não foi de todo mal. Não sabia o que era ou o que queria. Hoje eu vejo que muitos não sabiam e muitos ainda vão cair na mesma armadilha. São tão inocentes. Se um dia descobrirem a verdade, ah, a verdade! Espero que não culpem o mundo por isso.
Eu desperdicei e nem sempre isso foi ruim.
Esqueci de me admirar no espelho e de me orgulhar de uma nota azul.
Eu me esqueci de muita coisa, mas hoje eu me lembro aos poucos.
Eu sei que meu sentimento de culpa ou de prazer não vão trazer aqueles incríveis anos passados de volta, para realmente serem incríveis de serem lembrados.
Tantas vezes isso me ensinou do modo mais difícil - e longo - que a melhor coisa que eu posso esperar na vida, é o próprio presente que eu embrulhei e mandei por correio para mim.
Mesmo que eu não lembre o que foi quando chegar, nunca vai ser tão ruim ao ponto de eu não poder, ao menos, guardar o cartão que me deseja boa sorte.

Raquel Lauer

sábado, 27 de julho de 2013

Desencontro




Ela assiste a filmes de comédia romântica e insiste que seu amor verdadeiro vai chegar a qualquer momento enquanto ela bebe seu café numa lanchonete qualquer, em um dia qualquer.
Ele acredita que depois de um dia, simplesmente vem outro, é pratico e não se importa com o amanhã.

Ela não quer acreditar em outra realidade.
Ele não acredita que existe outra realidade.

Estão enganados, mas disso, você já percebeu.

Eles se esbarram realmente num café. Ele vive esse conto e ela conta encontrar com ele novamente.
Mas não. O que ela não esperava era que ele não voltaria lá. Não veria aqueles olhos. Ela não lembra a cor, mas lembra que são lindos.
Ela caiu na real, sabe agora que momentos são perversos, únicos e perfeitos.
Ele não sabe de nada, não se lembra dela, mas caiu no encanto de uma moça, que é tão igual ao que ele é, que o fez mudar de ideia completamente.

E a vida mudou, e a vida esta indo em frente, num vicioso tempo em que os sonhos mudam a cada minuto e que a cor dos olhos já não interfere tanto quanto o número do telefone.

Neste momento, ela tem nenhum dos dois...

Raquel Lauer

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Válvula de escape




Eu não tenho uma válvula de escape. Eu não corro para os braços de alguém. Não me encho de salgadinhos fritos e cerveja até esquecer o que aconteceu ou até chegar uma dor de cabeça junto da culpa. Eu não saio para espairecer a cabeça.
Eu não desabafo com todo mundo que eu conheço. Prefiro desconhecidos para isso. Sim, desconhecidos. Posso gritar no meio de uma cidade que nunca mais vou voltar, vão me achar estranha, mas e daí?! Terei me expressado e ninguém me verá mais mesmo. A menos que haja alguém filmando e coloque na internet, ai não será legal. Mas é um risco não é?
Essa seria uma boa alternativa para mim agora, alias, a única que consigo pensar. Mas não vai dar certo. Estou na minha casa, tenho vizinhos que encontro pela rua quase todos os dias, e eles não precisam de mais motivos para me olhar torto.
Eu não tenho para onde fugir e minha imaginação de lugares loucos esta se esgotando rapidamente.
Fechar os olhos e pensar, pensar, pensar... Isso ajuda no começo, as ideias vem, os motivos vem, as vontades vem. Mas depois de um tempo, seu cabelo esta curto, suas unhas coloridas, sua agenda esta repleta de palavras fortes e sentimentos... as vezes depois de tudo isso, o que resta é sentar e esperar. Pensar mais um pouco e esperar lentamente o mundo te dar um brecha para você escapar de tudo e começar de novo. Eu não tenho essa brecha do mundo, talvez porque eu realmente não a esteja desejando no meu intimo. Mas a preciso nesse momento, preciso de dores fortes no meu coração para o tempo curar e de um pouco de abraço para me aquecer. Preciso olhar pessoas que nunca vão parar para uma prosa no meio da rua por estarem com pressa demais, problemas demais. Preciso fazer o caminho que a chuva carrega nas costas e preciso esconder melhor o que me faz perder um pouco a paciência.
Eu não tenho uma medida na vida.
Não sei realmente o que me acalma, mas sei intrigantemente o que me enlouquece.
Eu não sou assim o tempo inteiro, mas preciso de um botão vermelho e fácil, com letras maiúsculas e uma flecha apontando e dizendo: É por aqui. Aperto o botão e pronto, vejo uma porta se abrir no escuro e vejo uma luz, num lugar novo mas nada distante do que eu vivo. Algo que seja dentro do meu coração, mas sem manual de intrusões, depois de um botão, o manual já deixaria tudo fácil demais.


Talvez, eu nunca fuja desse jeito.

Raquel Lauer

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sonhando por três






Sonhando por três

Ela acordou cedo e foi trabalhar. Tinha esperanças demais consigo, mas dois filhos no banco de trás do carro e um canalha que sumiu e nem se sabe mais seu nome.
Ela tinha um sonho, agora tem dois. Um menino e uma menina para ser exato.
Agora lutava sozinha e sonhava sozinha, levando e trazendo da creche, esperando a madrugada para chorar e sorrir sem ninguém ouvir.
Ela era aquilo, e um pouco mais.
Ela sofria, mas sofria mais por ele, que jamais sentiria o cheiro frio do amanhecer encantar o sorriso de seus filhos até começarem a pular pelo simples bom dia que jogava ao vento enquanto preparava o café da manhã e colocava o salto alto.
Ela sentia pela incompreensão de seus colegas no trabalho e nos almoços em família. Fingia que não via.
Foi intensa e confusa.
Hoje luta para ter os pés no chão, um cheque no fim do mês, seu amontoado de projetos e de roupas sempre num canto - mesmo que bagunçados, e uma esperança inabalável.
Os encantos da vida sempre a encontram, a presenteiam, a surpreendem.

Sua luta esta apenas começando, e sabe disso a cada nova palavra inocente e bela sai da boca de seus filhos. A cada sorriso forçado lutando para não desabar, a cada ida ao mercado e a cada beijo de boa noite que não abre mão.

Sua luta é sua vitória, mas isso logo logo ela vai descobrindo aos poucos, sozinha.

Raquel Lauer

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Menina

Eu posso sair por ai cantarolando essas palavras e vou alegrar meu dia com a sensação de leveza que só um tom calmo e sereno pode me proporcionar(!).



Menina

Sentada na praça esperando você pensar
Sinto que não devo esperar
Por isso começo a dizer
Coisas que, eu quero fazer
Calo-me pra você

Menina, não sabe o que me faz
Te peço trégua e paz
Olha o que me faz
Você é tudo e ainda...
Menina, não sabe o que me faz
Te peço trégua e paz
Olha o que me faz
Você é tudo e ainda mais

De pé na esquina esperando você passar
Te sigo na rima e é onde você não esta
Saio da li e deixo rastro pra você seguir
Mas no caminho penso em desistir
Mas eu não consigo

Menina, não sabe o que me faz
Te peço trégua e paz
Olha o que me faz
Você é tudo e ainda...
Menina, não sabe o que me faz
Te peço trégua e paz
Olha o que me faz
Você é tudo e ainda mais

Você é tudo e ainda mais

Raquel Lauer

terça-feira, 23 de julho de 2013

Que diferença faz?!




O que interessa?
O jeito que eu falo ando ou me visto?
As bandas que eu escuto de verdade quando estou escondida debaixo das cobertas no meu quarto ou o quanto eu como quando admito não conseguir ficar de regime por mais de dois dias?
O que importa?
Quantas pessoas me cumprimentam na rua ou quantas ligações recebo no meu celular por dia?

Que diferença faz?
Qual a diferença que faz eu ter cabelo cumprido, curto ou sair por ai sorrindo para desconhecidos?
Isso me torna mais real ou simpática?
Na minha opinião, em nenhum deles.
Se eu quero comer uma porção enorme de batatas-fritas e não dividir com ninguém, não significa que eu sou egoísta. Significa que quero comer uma porção dessas sozinha mesmo. Nada mais.

O que muda?
Quando eu mudo e quando sou honesta comigo dizendo a verdade para as pessoas?
É tão ruim assim?
Deixar um pouco de lado o peso do mundo para viver a preguiça, a alegria sem motivo e o cabelo emaranhado?
Eu sei que não... Então porque será que é tão difícil ouvir um não, aceitar uma critica, uma opinião diferente, não discutir.

Então porque?
Corremos tanto contra a mesmice que damos a mão a ela e sorrimos seguindo em frente esperando que as pessoas vejam em nós aquilo que nem a gente enxerga sozinho.

Caindo na real...
Não quero ser uma esquisita de gaiola na cabeça que acredita em tudo o que lê nas revistas em quadrinhos e nos telejornais da vida.
Não quero me importar tanto com os olhares tortos que de vez em quando meu cabelo adquiri.
Não quero usar roupas da moda o tempo inteiro sabendo que mesmo que ela me agrade, nunca vai ser tão a minha cara quanto um casaco bege ou uma roupa toda de brilho que achei no guarda-roupa da minha mãe.
Quero poder sair por ai sendo gente normal o tempo inteiro e misturar quem eu sou com a paisagem que o mundo é.
Quero fazer parte de tudo, mas não quero me entregar a tudo.
Eu tenho preguiça de incomodar meus pensamentos as vezes e de escolher o colar certo. Eu tenho autonomia sobre mim.
Eu quero parar de pensar que só vou ser legal quando fazer parte deste ou daquele grupo - que nem conhece - ou quando perder trinta quilos e ganhar na loteria.
Eu sou assim, e o que realmente importa?
Minhas mudanças mudam, minhas opiniões mudam, minha direção talvez seja a mesma,
mas o que importa é que sei que, se o que me faz feliz é ficar de pijama o tempo inteiro ouvindo musica antiga e comendo pizza amanhecida, é isto o que vou fazer!

Quem liga mesmo?!

Raquel Lauer

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Vontades


 


Nós podemos querer tantas coisas. Conquistar e não querer mais, e querer coisas novas e diferentes. Queremos mudar o cabelo, a roupa, queremos mudar os ares e os costumes alimentares. Queremos menos e queremos mais o tempo todo.

Eu queria. Eu quero.

Queria ter prestado mais atenção nos conselhos da minha mãe e queria ter ido em frente com o meu regime.
Quero prestar mais atenção nas pessoas e nas palavras e quero dar menos atenção nessas mesmas coisas.
Queria poder comer chocolate sem engordar - afinal, quem não quer!?
Quero tirar essa ideia de chocolate zero caloria da minha cabeça!

As pessoas são sempre assim, quando perdemos a imaginação, esse dom de sempre querer mais e ir atrás, com o que ficamos?
Esta sempre bom? Esta sempre tudo bem?

Todos almejam algo novo o tempo inteiro, mudando de opinião e aprendendo com novas escolhas.
Hoje eu posso querer sonhar e amanhã não.

Ontem eu queria sumir, hoje eu já superei.

Eu quero muito que as coisas sempre deem certo, não só para mim, mais desejo que todos em suas verdades e sonhos sejam felizes. Isso me faz lembrar de antes, que eu queria apenas ver as pessoas felizes, me colocando como segunda opção.
Hoje, o que mais quero é nunca mais querer isso.

Aprender a estar feliz é aceitar essas mudanças e objetivos que temos na vida.
O que uma criança quer de aniversário é só um brinquedo, agora, um adulto quer as vezes que apenas lembrem da data.
As mudanças vem para queremos sempre mais, sem deixar que nossos sonhos sejam toda nossa realidade.

Antes eu sonhava com um  lago de milk shake de morango - como eu queria um desses!
Não aconteceu, mas não deixei que meu mundo se acabasse por isso.
Claro, pode ser colocado ai um relacionamento que você queria que desse certo e não deu.
Hoje quer apenas superar.

Poderia ser, mas não é.

Poderia querer, mas não quis.

É sempre bom lutar pelo que queremos, sabendo sempre da nossa capacidade e aceitando os vários nãos que vamos receber no caminho.
É sempre bom aceitar nossas mudanças, deixando o que não queremos mais apenas como boas lembranças ou como boas lições.

O valor da vida esta em balancear o que vemos e o que podemos ver.
A noite e o dia que se separam e se unem, assim são as mudanças, uma sempre intercalando a outra, mesmo que sejam completamente diferentes.

Raquel Lauer

sábado, 20 de julho de 2013

Estrela do pequenino

Poderia dizer que me sinto leve e feliz, bem. Não seria mentira, mas seria inútil. Cada sentimento passa pela gente como um raio, e mesmo que uma sensação seja boa, ela pode mudar a qualquer momento. Eu posso rir vendo algo engraçado na televisão, e posso chorar vendo um filme triste. Não significa que essa mudança me fara infeliz. Ainda me sentirei ainda leve, por saber que eu me permito!



Estrela do pequenino

Sobe sobe estrelinha
Lá no céu vai pousar
Queima na face do sol
Brilha sem cessar
Tem calda a viajante
Tem luz brilhante
Que se perde na serra
Quando esta escuro
Desce o pequenino
Deitando sob o muro
Conta as lanternas
Até o céu clarear
O véu vai saindo
Apaga o pequenino
Ao se deleitar
Viajante é o pensamento
Carente é o espaço
Com a mãe lua flutuante
Cria-se um laço

Raquel Lauer


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Amor atroz




Hoje esta frio, e estou relembrando um pouco os meus poemas. Vale a pena sempre sentir um pouco mais não é!? Este texto é um pouco disso em mim!

Amor Atroz

Deixo rastro de solidão
Bato o carro na contramão

Amor atroz
Ferida que machuca
A sua voz
Rosna na minha nuca

Toda vez que te vejo
Me deleto e fraquejo
Toda voz que me encontro
Viro a rua e rastejo

Insano é pensar em se perder
Veterano é sentido
Não te esquecer

Insônia esta noite vou gravar
Destroçar a mentira
Vou te grudar um radar

Amor atroz
Ferida que machuca
A sua voz
Rosna na minha nuca

Deixa a vida do passado
No presente
Deixa o ser surrado
Ser carente

Deixa de ser vivida
Apenas viva
Eu encontro a saída

Amor atroz
Ferida que machuca
A sua voz
Rosna na minha nuca

Raquel Lauer

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Estar sempre muito alguma coisa




Tem dias em que estamos muito. Muito entediados, tristes ou felizes demais. Isso parece dramático. Exagerado. Mas a verdade, é que somos assim.
As pessoas sempre aceitam a mesmice "Ah, ela é assim mesmo...", mas tente, por um instante que seja, expressar outro sentimento além daquele cotidiano. Quando você recebe uma noticia boa, uma mensagem legal e inesperada ou mesmo quando é alguém que você não gosta chegando. Vem várias pessoas com antenas enfiadas em cima da cabeça e gravadores que contorcem cada palavra que falamos e perguntam "Nossa! O que aconteceu pra ta com esse sorriso!?" ou "O que foi 'amiga', porque ta chorando...?". Essas pessoas querem vasculhar. Mexer e desenterrar esses seus segredos e tesouros e transformar em simples bijuterias.
Estar sempre muito alguma coisa não causa apenas rebuliços em  você, mas se estiver com alguém por perto, vai aguçar a curiosidade também, e de repente, todos se tornam solidários a própria curiosidade.
Não que as vezes não queremos sair por ai na rua com um alto-falante para contar sobre aquela noticia que recebemos e achamos a melhor do mundo naquele momento, mas a vontade - as vezes - fica bem guardada numa gaveta, num e-mail ou só nos pensamentos que relembramos a cada instante o que aconteceu, o que ouvimos.
As vezes confidenciamos, e damos tanta ênfase na palavra segredo, que no dia seguinte aquela pessoa tão confiável se tornou a confidente, mas para todos que te conhecem.
Estar muito é sempre inesperado, é sempre bom, é sempre diferente.
Nos faz deitar na cama a noite pensando como o dia foi cheio de surpresas, mesmo que em meio a tantas tarefas e desordem, acabamos por cantarolar entre um trabalho e outro.
Nos faz chorar abraçadas a um travesseiro ou a um urso de pelúcia quase esquecido e se encolher enquanto espera a dor passar. Sempre passa.
Nossas energias precisam dessa carga. Carga extra de sentimentos extras e diferentes.
Segredos nossos e que as vezes incomodam - infelizmente - mas estão ali, para que no final, podemos triunfar e dizer, venci.

É bom estar muito e não caber em um sentimento só.

Raquel Lauer

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Conto de Fada




Conto de fada

As histórias nunca passam de histórias. Ah sim, então porque nos espelhamos tanto nelas? Simples, as histórias são baseadas em sonhos, em felicidade, em acreditar que no final, o cantor de rock não vai morrer de aids ou overdose. No final, a princesa linda dos contos de fada que sofreu tanto, não vai ser traída, nem vai ter que cuidar de dez ou dose filhos que tiram nota ruim na escola enquanto ela lava roupa na mão. No final, todos estarão felizes sem passar por problemas. Que tédio! Imagina ter tudo, sempre certo, sempre no seu lugar, sem surpresas, sem dificuldades?! Eu imagino assim... Uma mulher sempre sorrindo com vestido de renda enquanto os filhos brincam de bola sobre a grama num dia ensolarado e o marido troca a lâmpada. Sem mais sonhos para conquistar, sem vontades... As histórias nos mostram como viver sem nossos defeitos, como é bom esperar um príncipe nos acordar daquela tediosa espera pelos dias perfeitos. Mas depois disso acaba. Não tem história que segue algo  interessante depois que o mocinho beija a mocinha. Depois que saem cavalgando e se casam. Os dias de briga, os jantares queimados e o fracasso fazem querermos sempre fazer melhor no outro dia. Não brigar, cozinhar sem queimar tudo e não fracassar. Se não soubermos o que é tristeza, como saberemos o que é felicidade? Você sabe que uma história é história. Que fada é fada e ilusão. Isso, porque vive algo diferente, vive algo que é real, vive os defeitos e a musica alta. Mas não vive esperando. Não dorme para acordar num sonho. Dorme para acordar de um sonho. Histórias não passam de olhos brilhantes e de festas a fantasia. Nunca sairão dali. O mais importante é aceitar que aquilo que nós almejamos, nem sempre é o que realmente precisamos, e o resto, é história mesmo.

Raquel Lauer


sábado, 13 de julho de 2013

Revelar

O dia hoje me lembra sensações. Aquelas preguiçosas que faz com que eu tenha vontade apenas de sorrir se sentir o calor do sol, para não sentir o vento frio que entra junto com a luz pela janela. Dias calmos assim não exigem explicação, nem musica de fundo. Ele só quer de mim o que eu posso dar. Preguiça atoa que me faz sentir bem. Vadiar atoa e fazer nada. Andar de pijama, comer biscoitos e ficar lendo um livro ou meus pensamentos. É isso que me exijo hoje. Me espreguiçar sozinha. Na intenção de fazer parte do dia, e mais nada!





Revelar

Minhas falhas me inspiram, a ser melhor
Meus desejos me cobram, o seu suor
Meus dias revelam, quem eu sou
O trem esta passando, roubando seu calor
Por isso diz: Quem errou, o que fiz
Eu quero saber: Se é por mim o que quis
Eu não sei, nadar em alto mar
Mas eu estou lá, já parei de pensar...

Minhas coisas bagunçadas
Minha vista dilatada
Minha força sumindo...
Porque você não esta vindo?

Eu giro, rodo, navego
Num mundo, num roda peão
Eu vou ficando cego
Nesse alto mar ou em maré sem peixe
Estou perdido em seu desfecho
Até que se deite eu deixo
Pensar em quem é
Porque eu já sei, sou tudo no mundo
Mas afogado no fundo
Sou esperança sem espaço
Sou lança sem caso
Sou mulher perdida em minha memória
Sou a vista embaçada e quem perdeu a hora.

Minhas falhas me inspiram, a ser melhor
Meus desejos me cobram, o seu suor
Meus dias revelam, quem eu sou
O trem esta passando, roubando seu calor
Por isso diz: Quem errou, o que fiz
Eu quero saber: Se é por mim o que quis
Eu não sei, nadar em alto mar
Mas eu estou lá, já parei de pensar...

Minhas coisas bagunçadas
Minha vista dilatada
Minha força sumindo...
Porque você não esta vindo?

Raquel Lauer

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Embriagando




Copo de vidro

Eu tenho aquela sede que não passa, aquela vontade de me embriagar, e ainda ficar sóbria.
Esquecer do que aconteceu... Eu quero parar de sofrer pelo que passou, e pelo que ainda não chegou.
A sede não passa.
Já me encharquei de água - numa tentativa inútil. Já entornei umas duas garrafas de Martini, e o único resultado foi um mundo girando sem mim e uma tontura inevitável. Pelo menos não sinto mais frio, você não esta aqui mesmo. Não faço mas tanta questão, já aprendi abrir uma garrafa e a brindar sozinha.
Eu estou pensando naqueles garranchos jogados na gaveta... Você nunca ira ver meus segredos, e não vai me ver adormecer essa noite.
Vou passar sede até te ver, eu sei. Mas isso vai acontecer só do outro lado da vida, ou da rua mesmo.
Porque hoje, a única preocupação que eu tenho, é se no meu estoque tem copos inteiros e garrafas prontas para me enganarem, não matando minha sede, nem a saudade.

Raquel Lauer

Vontade de acordar



Vontade de levantar

Muitas vezes nós nos sentimos como num canto do quarto, esperando que alguém bata na porta e nos socorra. As vezes quando isso acontece, estamos sorrindo e tentando disfarçar as duvidas no meio de conversas atropeladas e gargalhadas altas. As pessoas desconfiam, não se engane. Elas só não querem ter o peso nos braços de levantar alguém com sua própria força. É fácil ignorar. É difícil fingir. É fácil querer saber, é difícil se importar de verdade com os problemas das pessoas, quando a nossa vida esta calmamente indo bem. Falar palavras bobas e sentar junto na escada grande de algum clube, fazer alguém sorrir. As vezes faz mais bem para quem apoiou seus alicerces em alguém do que quem ainda esta o construindo com tijolos. Mas as pessoas temem. Temem ter problemas tão intensos, temem ter verdade. Quando se sabe, se tem obrigação. Quando não se sabe, não existe culpa. Mas espera, não saber, de verdade, não apenas fingir. As vezes quando nós acordamos, abrimos os olhos, mas o dia parece tão intimidador que a coragem que nos fará levantar é a de saber dos compromissos diários, não da vontade de viver. Ficar ali, ouvindo os carros passando na avenida e ver que o mundo já esta disposto a nos aceitar, isso é quase imperspectivel quando só percebemos os ruídos e distorções. Se sentir único na dor, é ruim, é mentira. Muitas pessoas sofrem, muitas pessoas estão por ai, escondidas como você, esperando uma lição de vida, esperando alguém que saiba disso. Alguém que se importe com isso. Talvez ela nunca encontre. Talvez tenha que esquecer e elaborar uma nova lição para si, se intrometendo definitivamente no que não agrada.  Arrancando cada lembrança ruim e dispondo tempo para transforma-las em lições passadas. Nem sempre é fácil passear sozinho pela rua, enquanto vê pessoas interagindo o tempo inteiro, como se aquele tempo não fosse seu. Mas é. O maior orgulho que devemos ter é achar uma força além de todas, que faz nossos olhos chorarem por dias, e que depois nos faz ficar de pé, mesmo que o socorro tenha sido interior, e o quarto ainda esteja uma bagunça.

Raquel Lauer

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Não sei explicar

As vezes sentimos algo tão cortante dentro de nós, que as palavras nunca se encaixam perfeitamente com o que sente a alma. As vezes precisamos ficar quietos por falta de alternativa. Alias, é simples saber que a incompreensão humana é cotidiano do pensamento, não anomalia!



Não sei explicar

Eu estou com raiva
Eu quero um vento forte
Eu quero uma lágrima
Eu quero gritar
Quero correr
Perder a hora do jantar
Eu quero me queimar no sol
Eu sinto que não posso correr
Só posso sentir
Não explicar, nem ver
Mas sorrir
Preciso me rasgar
Preciso de paciência
Pra fazer isso passar
E ficar longe da demência
Eu estou com o sol nas costas
Com a lua no mar
No chão eu uso botas
No sonho eu sei voar
Deixe-me pensar
Deixe-me enlouquecer
Pra ficar sã
Só preciso de ideias
Para contorcer
Se vier comigo
Venha brincar
Não te castigo
Se pra mim a lua roubar
Simples e não sei bem explicar
Mas se vier junto
Juntos iremos flutuar.

Raquel Lauer

Marília






Marilia

No mundo em que vivemos hoje
Temos que aprender muito cedo a das adeus
Lembra os tempos antigos?
O sempre que prevalecia e eu dizia:
Que bela manhã, que belo dia
Isso nunca vai acabar!
E eu quero me jogar
O nunca e o sempre mais curtos
Roubaram a eternidade
Indesejáveis furtos

E hoje em dia
Temos que aprender muito cedo a dar adeus
Lembra os tempos antigos?
O sempre que prevalecia e eu dizia:
Que bela noite, que bela lua
Vou dormir, vou ser sempre sua!
O nunca e o sempre mais curtos
Roubaram essa felicidade
Por pequenos sentimentos
Por rápidos ventos

E hoje em dia
Temos que aprender muito cedo a dar adeus
Lembra os tempos antigos?
Bons tempos em que eu falava o que queria
O sempre que prevalecia e eu dizia:
Que bela tarde tranquila
Imaginando como era Marília
O nunca e o sempre mais curtos
Roubaram o sempre e o nunca
Roubaram essa felicidade

Raquel Lauer

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Menina de pequenos olhos

Olá! Boa noite! Esta poesia (como as todas deste blog) fui eu quem fiz! Eu comecei a escrever porque sabia que a dor era grande demais para ser dita e falsa demais para ser sentida. O que eu quero dizer, é que tem coisas que não devemos sentir, e coisas que devemos expressar. Eu amo a parte poética da vida, mas amo as suas imperfeições também. Ver a beleza em tudo, sempre procurando melhorar, mas não se importando tanto quando errar. E na vida, não precisamos estar sempre certos, afinal, a perfeição humana é algo que não existe, pois cada um tem uma ideologia diferente, uma visão diferente e um sonho pra realizar! É clichê, mas se todos fossem perfeitos, não saberíamos o que é isso, e é a diversidade da imperfeição que encanta meus olhos!



Menina de pequenos olhos

A direção até o imperfeito
Me toca lentamente
Em minha cabeça
Em minha mente
Não sei o que são
Essas mãos tremulas
Invisíveis pessoas
Tão ruins
Quem sabe, tão boas
Quando sinto
O tempo já foi embora
O vento já mudou
A carona esta lá fora
Não sei quanto custou
Mas o que passou
Em mim, fica dentro
Querendo uma conversa
Um sorriso
Não tenho pressa
Sinto ainda seu cabelo liso
Em meu corpo pecaminoso
Minha mente criminosa
Meu beijo vaidoso
Não entre agora
Estou a sua espera
E quero esperar a hora
De te ver tão bela
Até o imperfeito me abraçar
Estou de olho fixo em você
E não vou te enxergar
Se não procurar me ver.

Raquel Lauer


Amizade finita




Amizade finita

Aquele tempo é tão antigo, que já não enxergo mais. Aquelas muitas fotos e cartas... Foram  jogadas fora, sem piedade. As brigas bobas, isso da saudade. Os momentos em que eu sozinha, era sua amiga. Aqueles outros em que você sozinha, era minha cumplice. Brincávamos escondidas de boneca, brincávamos de piquenique na frente de uma lagoa enorme. Ela continua lá, você também. Mas as lembranças vão sendo levadas embora enquanto as águas mudam. Dividíamos tudo, ao menos era o que eu pensava. Fui me distanciando. Foi fácil. Quando me aproximei de novo, você era uma grande ex-amiga. Não passava de borrão e sujeira. Mas eu não desgrudava do seu lado. Acho que em partes a raiva vinha mesmo da saudade, e a saudade da distancia que sempre teríamos por diante em nossos encontros. Eu sabia o que me escondia, eu sabia o que fazia, mas amizade também é aceitar. É aceitar que jamais seriamos boas amigas de novo. Mas saber que sempre vou poder contar sua história, como um vento inconstante que me faz mudar até hoje, quando me ponho a lembrar do quanto pude ser tola e agradável ao seu lado, me faz sentir bem. A ventania me livrou da brisa, e a brisa me livrou do tédio.

Raquel Lauer

terça-feira, 9 de julho de 2013

Tempo para nós




Tempo para nós

E eu fiquei me ignorando por muito tempo.
Fingi que estava tudo bem. Fingi mal.
Eu pensei que poderia viver assim para sempre.
Eu ainda acreditava que existia essa eternidade - hoje finita.
Vem ficar comigo, enquanto Deus deixar.
Pode vir agora, sem bater na porta, pode entrar.
Eu posso ir até ai também...
Já mudei demais para dizer que me acovardo.
Eu tenho uma coleção de máscaras.
Uma coleção de enganos.
Eu colecionava fotos do pôr-do-sol.
Eu colecionava desejos mundanos.
Vamos, eu não me envergonho das coisas.
Já me arrependi o bastante pelo que deixei para trás.
Mas hoje, sigo por onde dá.
Eu fui mais uma na mão de ratazanas.
Fui rato cobrado e jogado fora.
Já contei muitos contos e muitas histórias.
Vem, vem logo vir um pouco comigo.
Eu te conto tudo, do corpo ao espírito.
Já mudei demais.
Já sei que me esqueço rápido, e que de você, me lembro fácil.
Porque eu não levo mais besteiras no bolso.
Nem na cabeça.

Raquel Lauer

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Inconsciente





Inconsciente

Ela tinha muitas manias. Passava o dia penteando seus cabelos e fazia tranças nas bonecas. Ela sorria e dava conversa para todos que lhe ofereciam palavras poucas. Ela era pequena e mesmo assim, já encantava e rodopiava ao som de musicas altas. Não tinha maldade, mas não sabia quando parar. Era incrível, não deixava que tocassem em seus vestidos rodados, mas se encontrava sempre no parque, brincando com terra e bola. Andava descalça para sentir onde pisava. Dizia isso a todos. Era cativante. Conversava com a sombra, com fadas e com as arvores. Como sentia a natureza! Tão pequena... Tão distante. Ela tinha mania de guardar segredos. Segredos das pessoas, segredos simples, que para ela fundiam a imaginação com a realidade. Ela era tão pequena que se fosse para a praia, ela se sentia parte de lá, tinha que ficar cuidadosamente a vigiando, deixando que ela se sentisse livre. Ela começou com novas manias. Já não era tão pequena. Foi selecionando seus tipos de alegria, e deixando de lado sua liberdade para se trancar em sua realidade. Não queria saber. Tinha mania de bater a porta e de não ouvir mais. Não queria estudar matemática e não queria cobrir suas pernas. Ela saia pela janela quando chegava de noite, e sua brincadeira favorita era fazer compras, não mais a terra e a bola. Ela amava ainda fazer trilhas, mas se poupava do que dizia ser pessoas simpáticas demais. Ela não conversava como antes, e chorava escondido. As pessoas não sabiam, não entendiam o que acontecia. Ela escondia bem seus segredos, mas não seu olhar triste. Hoje ela esta maior, com traços leves ao redor dos olhos e coração apertado. Ela ainda não se lembra de seu passado todo, não se lembra de seu relicário com folhas secas e papéis de bala. Eu o guardo, hoje, como segredo meu. Um dia posso contar toda a história para ela. Quando ela se olhar no espelho, quando ver seus olhos ainda encharcados, pedindo um sorriso de si. Eu sorrirei, como um reflexo espontâneo, e a farei lembrar dos dias em que a preocupação era apenas ser feliz. Livre de verdade. E aí, poderá tirar novamente seus sapatos, e sair pelo gramado, só para sentir o frio e úmido macio que só o tempo proporciona.

Raquel Lauer

sábado, 6 de julho de 2013

Saudades/Ideia

Eu estou com saudades. Daquelas coisas simples que encontramos nas coisas mais complicadas que temos. Saudades daquilo que não posso ver. Daquilo que não posso sentir. Da musica que não esta tocando. Não do passado. Saudades de um abraço que eu não tenho. Saudades de usar as palavras certas. Saudades simples, saudades que me acerta, que me toma, que me sente.




Ideia

Quando tentei
Não consegui
Quando falei
Parei de fugir

Quando vi seu cabelo
Estava diferente
Percebo um detalhe
Dentro da minha mente

Pode vir perto
Pode me julgar
Se denomine incerto
Pare de sonhar

A noite não veio
A manha já passou
Estou bem no meio
Da confusão que armou

Sou confiante e não sei
Sou o beijo que te dei
Sou antes de tudo
A ideia que elaborei

Raquel Lauer

Mais Dias

Antes eu tinha medo. Daqueles que eu podia fazer o que eu quisesse, e depois, me escondia. As musicas tinham que ser altas, e eu tinha que ficar sozinha. Eu pensava que tinha amigos. As vezes me protegia no meio de palavras arrogantes e batidas de pé. Meu telefone tocava a cada cinco minutos, e a única coisa que me interessava eram as musicas de toque que tocava. Era tudo uma mentira. Tinha tanto medo de admitir. Aquelas pessoas todas, mentiam o tempo todo. Eu também. Eu era assim, me mostrava presente enquanto queria que entendessem, riam claramente do que eu acreditava. Louca, desnorteada e vulnerável. Eu não sabia o porque e achava que estava tudo bem. Não estava tudo tão bem. As vezes fazia ideia, as vezes não. E o clichê do tempo foi se achegando a mim. Foi passando na minha frente, foi mudando meu corpo, fazendo eu ir esquecendo de tudo, e fazendo eu lembrar em momentos impróprios. Tantas vezes passei despercebida, e tantas vezes lutei contra isso. Eu parei. Eu não me julgo mais. Não espero entender quem sou para ser algo. Não espero que me entendam para verem algo. Já tentei impressionar demais em frente ao espelho. Hoje passo reto e tento impressionar... Não. Não tento mais. Lutei pelo que nem queria de verdade por muito tempo, por muitos dias, enquanto meu cabelo mudava, eu fiz o mesmo. Hoje, já aprendi que posso gostar de mim, mesmo sem saber do que realmente gosto.




Mais Dias

Meus dias
Variam demais
Querem ser menos
Querem ser mais

Minhas noites
Segam meus olhos
Querem viver sós
Querem me enganar
Querem me dar nós

A esperança julga
A semana passa
O pensamento muda
A vida entrelaça

O que já passei
Com o que lembro
O que me convêm
Sobre o relento

O frio vem de vez
O calor vem de dia
Se entender o que diz
Entendera onde mira.

Raquel Lauer

Conexão Notável

Quantas vezes eu poderei dizer a mesma coisa sem parecer cansativa? Quantas vezes eu poderia me controlar sem sair do controle? Quantas vezes eu posso discutir com as pessoas em que elas virem as costas... Debato o tempo inteiro, pensando em formas e formatos distintos de palavras para sempre dizer o que devo. Eu sempre fracasso. Sinto muito, e sinto tudo. Minhas lágrimas se impulsionam rapidamente enquanto meu coração rasga meus propósitos. Eu sinto o que eu não vejo.




Conexão Notável

Tudo começa de um jeito estranho
Mas é um imã que me gruda
Então grita com voz aguda

Introduzível, conexão notável
Que me faz tão maleável
É por você, coração motorizado
É por você disparado
Recato num disparato

Contradição na antemão
Briga comigo de qualquer maneira
Mas não chega nem a beira
Da minha irritação

Não sai do meu coração
Não sai da minha cabeça
Então deixa de bobeira

Introduzível, conexão notável
Que me faz tão maleável
É por você, coração motorizado
É por você disparado
Recato num disparato

Chega mais perto de mim
Que pelo não ou pelo sim
Te agarro, te amarro, te prendo
Te seguro contra o vento

Mesmo não sendo maleável
Em uma obtenção navegável
Eu mergulho em pensamentos

Introduzível, conexão notável
Que me faz tão maleável
É por você, coração motorizado
É por você disparado
Recato num disparato

Introduzível, conexão notável
Que me faz tão maleável
É por você, coração motorizado
É por você disparado
Recato num disparato

Recato num disparato

Raquel Lauer

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Atrito

Num tempo atrás, aconteceu uma coisa que me deixou com raiva. Não triste, nem inconformada, muito menos com dó de mim. Só fiquei com raiva. Eu não sabia o que fazer com essa raiva, então escrevi, simplesmente, escrevi. E toda a raiva passou enquanto minha caneta delineava aquelas palavras, tudo foi passando. Até hoje guardo esse papel, já esta todo velho, todo amassado, mas faz todo o sentido para mim, porque foi real.





Atrito

Uma parla indignada entre eu e você
Parodiando antigamente surrada
O que se indica se querer
Num obliquar dissimulado sobre a sombra
Num indignar atrasado que se monta
O destroço percorre sua mente
Como o vácuo o espaço

No perpétuo longínquo, perene
Quando desnortear-se é grandioso
Quando a boca sorri num olhar furioso
Soprando pérfido e querelando assimilares
Sem nenhum mérito
Visando lindos pulsares

Será que não entendera
Um que sejas pequeno sinal
De quem será até o final?
Até que segregando para si
A pura derrota
Da essência sanguínea
Quando a veia corta
Numa ação curvilínea

Então trincafia-se em teu lupanar pútrido
E acentua a tua trilema
Fique mudo
Se este é teu dilema
Votivo para ti cair em teu próprio poço
Se atritando entre si
Em teu roço.

Raquel Lauer






quinta-feira, 4 de julho de 2013

Meu sentido

Bom, eu não sou boa em impressionar, sendo sincera acho que apenas comigo. Vou fazer o que gosto de um jeito simples. Eu acho que as palavras me ajudam com isso. Tenho muitos textos antigos, muitos novos, e talvez nem se encaixem na minha vida, mas se encaixaram um dia. Aos poucos vou contando eles aqui.





Meu sentido

Sinto você
Sinto te querer
Sinto tua falta
Sinto teu beijo
Que me ressalta
Sentir que te amo
Sentir veterano
Sentido de ramo
Sentir que te sinto
Sentir que não minto
Sentir tudo que mata
Sentir que relata
Sinto que não mais desata
Sinto que te quero
Sinto que te espero
Sinto que tudo isso
Sinto que venero
Sinto que só nisso
Vou sentir você
Sentindo tua falta
E saber
Mais nada sinto
Sem te ter.

Raquel Lauer

Uma primeira vez

Hoje é um dia normal. Talvez até demais. Eu não me importo com o frio, nem o com o sol que esta lá só para enfeitar. Eu não sei fazer apresentações e o medo já me puxou um pouco pelo braço. Me deixou umas marcas, mas nada que não sare. Eu me envergonho fácil, e tenho um sorriso rápido. Um só tipo de sorriso mesmo. Mudo tão constantemente que seria pouco dizer algo sincero sobre mim e ser verdade por mais de duas horas. Eu tenho tantos sonhos que os coloquei em balões e deixo-os por ai, não sei onde, bem desorganizados, esperando um passarinho enfiar suas garras e estourar, deixando as ideias por ai, quem sabe um dia eu encontre e me lembre de tudo. Não sou paciente mas espero demais até pela coragem. Eu sei que nunca serei algo, alguém... Eu estou. Sempre estou, e é só isso mesmo. E, eu queria, uma vez, encontrar as palavras eu entendo, mesmo que não seja por empatia, mas por experiência, alguém entender alguma coisa. Mesmo de mentirinha. Raquel Lauer