Lindos e lindas!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Nessa noite

Eu sempre escrevi como algo que me deixasse plenamente feliz. Algo invulnerável, um sentimento que percorrendo o papel, se torna imutável, verdadeiro, perfeito. Como se cada pensamento fosse se perdendo a cada segundo, mas fosse se achando a cada palavra. Fasso isso por satisfação, confusão e plenitude, nunca esperando algo a mais além da leveza das palavras e do peso que elas carregam.




Deixe a mente se abrir
Nessa noite, nessas estrelas
Eu agia sem avarezas

Deixe sempre chegar, pra nunca deixar de amar
Vem na minha, vem de surpresa

Percorrendo o silencio
Estudando os movimentos
No escuro estou te vendo
Quase sempre por aí
Procurando onde ir, quero te fazer sorrir

Não tente me escapar
Tenho muito a te falar
Posso ir até ai, na sua porta vou dormir
Hoje tenho todo tempo
Mas não quero te ouvir

Deixe a mente se abrir
Nessa noite, nessas estrelas
Eu agia sem avarezas

Deixe sempre chegar, pra nunca deixar de amar
Vem na minha, vem de surpresa

Qualquer hora eu te ligo
E te falo o que eu quero
Então pode vir comigo
Nessa hora eu te espero
O que sinto é infinito e te juro que não minto

E quando aquilo existir
Quero te fazer sorrir
Não querendo te ouvir
Descobri o que senti
Isso basta para mim

Deixe a mente se abrir
Nessa noite, nessas estrelas
Eu agia sem avarezas

Deixe sempre chegar, pra nunca deixar de amar
Vem na minha, vem de surpresa

Raquel Lauer

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Café bar




Ela ficou esperando por ele a tarde inteira, ele ficou com amigos e não se importou. Ela deixou o café esfriar depois de apenas um gole e um suspiro. Sabia que era o começo de um fim sem explicação. Se sentia guardada numa gaveta, sem luz, sem ar, sem presença.
Ele não ligava, quem sabe realmente só estava voltando ao seu normal. Não se esforçava e ainda não faz isso. Ela, por outro lado, mandava mensagens e escrevia cartas de amor com poemas bregas e cheiro de perfume.
Mas eu digo de fora, e digo com calma, é assim. Quando um ama demais, o outro se assusta por não amar tão cegamente.
Eles eram felizes, eles andavam na rua como um casal quase que infinito. Acabou.
Ela sabia que isso ia acontecer, ela não conseguiu segurar a língua e disse: Eu te amo.
Sim, ela o amava. Hoje, sente medo sozinha num café bar.
Ele também a amava, mas amava mais um monte de outras garotas, ela não sabia disso, mas no fundo, sentia dor no peito.
Era especial, mas uma garota boa não muda um bad boy só com boas intenções.
Ela não sabia bem disso até seu relacionamento terminar por amar demais.
Sabia que tudo que viveram, foi especial, especial demais para ser apenas aparência. Mas agora, sentada ali pensava em quantas vezes caiu num conto de fadas e saiu do buraco, só para achar um precipício maior.
Uma mensagem, agora chega uma mensagem dizendo apenas: Não dá mais, não vai rolar.
Afinal, o que ele quis dizer com isso? O que ele não quis... Na verdade essas perguntas tolas, todas elas já tinham respostas, admitir que isso era mundano demais, seria pequeno demais.
Guardar o tempo e seguir em frente, vale mais do que guardar uma mesa e um café frio.
E disso, ela já sabia, quando a hora ainda passava e copo guardava o café quente.

Raquel Lauer

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

(S)Em segredos



Eu não tenho uma caixa, um relicário escondido, escondendo meus sonhos.
Eu não tenho um diário cheio de segredos e palavras secretas.
Eu não tenho um melhor amigo que guarda tudo que eu conto, nem uma melhor amiga que conta tudo que eu tento esconder.
Eu não tenho um esconderijo e nem um mapa mundial com lugares marcados por onde quero viajar.
O máximo que tenho é uma sacola plástica com compras de farmácia em cima da mesa, esperando ir para gaveta do banheiro. Um bolo de limão assando no forno e uma conversa com as paredes.
Nenhum segredo de verdade.
Eu já errei e já me embriaguei. Já surtei e já escutei por horas histórias que talvez nunca saiam do meu consciente.
Já fiz compras de coisas que eu não precisava e deixei de comprar um sapato confortável por causa disso.
Eu não tenho que falar baixo, nem esperar alguém me ligar.
Não tenho que dar satisfação para satisfazer uma pessoa especial.
Eu não tenho projetos grandes para minha vida, mesmo tendo sonhos gigantes.

Dizem por ai que sempre temos algo a esconder, algo para se envergonhar.
Dizem que temos que saber guardar segredo e ser pessoas corretas.
Afinal, o que é ser correto?
Nunca errar? Ou esconder os erros?
Esconder bem, muito bem...
Se for isso, sou muito errada, o tempo todo.
Se eu fiz, porque dizer que não?
A partir do momento que se tem vergonha daquilo que faz, porque faz?
Se os fins realmente justificam os caminhos percorridos, então não faz mal falar sobre esses meios.
Se estourar e brigar é erado, então nunca existirá alguém certo. As pessoas perdem a linha, a paciência, e isso não é errado.
A visão sobre o erro esta em cada um.

E eu não tenho o porque não acreditar nisso.

Raquel Lauer

Ele e eu. Duas pessoas




Ele me fez crescer, ele me fez desacreditar dos contos de fada.
Ele me disse que Papai Noel não existe.
Ele me deu presentes, abraços e beijos, e depois me deixou chorar sozinha, no escuro do meu quarto.
Ele me fez erguer a cabeça e aprender a passar reto.
Ele me ensinou o que é o sorriso amarelo.
Ele fez parte da minha vida. Fez.
E eu não tento mais fazer parte da vida dele. Não mais.
Ele me inspirou em segredo, e eu aceitei.
Ele não sabe mais sobre mim, talvez saiba nada sobre mim. Nem meu nome. Talvez ele não pense nisso.
E eu ainda lembro dele, e derrubo lágrimas na cama que quase furam o colchão. É choro de dor.
Mas eu e ele, o nós já é história.
Claro, nunca um conto especial, só uma história.

Hoje somos realmente duas pessoas.
Mas eu acho que ele se considera milhões
E eu, estou realmente sozinha.

Mergulhada em exageros e esquecimentos.

Raquel Lauer

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Clichês




As passagens clichês da vida, são inevitáveis. Sim, sempre.
Aquela novela que todos acompanham e amam, menos você.
A roupa da moda que você não tira do corpo.
O sofrimento por um amor que foi embora.
A dor no joelho quando cai da bicicleta - esta bem, nem todos aprendem a andar de bicicleta, eu sou um exemplo, mas a maioria das pessoas sim.
Daí surge aquela nostalgia melada e sorridente implorando pelas coincidências numa conversa casual e necessária. Existem muitas delas.
As aulas de ballet, judô, piano, desenho ou qualquer outra que sua mãe tenha te inscrito quando criança. Aquela professora de português que todos os alunos adoravam e a de matemática que tinha um apelido engraçado.
O primeiro beijo, a chuva que estragou o penteado da festa.
Quem nunca perdeu dinheiro do bolso? Ou não ouviu um conselho da mão e se deu mal?
Sim, que clichê! Todos passamos pela fase da revolta, do exagero, da felicidade, e sabe de uma coisa? Ainda estão todos inteiros pelo que eu vejo. Um arranhado aqui, uma cicatriz e uma dor no peito, mas todos ainda lutando, de pé e vencendo para mais um pouco de monotonia e alegria!
Somos assim, e não podemos evitar. Se não nos encaixamos num quebra cabeça, não significa que somos estranhos. Significa que somos diferentes.
Mas isso é bom?
Sim!!! Não conheço outra forma de existência além da vida. Não sei sobrevoar casas e plainar no céu. Não respiro de baixo da água e não tenho uma piscina na minha casa. Mas tudo isso não me faz falta, e eu não quero. Por que? Por que nunca tive, não tem como me fazer falta alguma. Esta bem, quem sabe uma piscina um dia, mas algo que realmente ninguém tem ou faz, não faz diferença.
É ser clichê, que nos faz ser pessoas um pouco mais compatíveis umas com as outras, um pouco mais tolerantes as vezes.
Temos todos um ditado, um livro ou uma musica que sentimos como propriedade nossa. Empatia talvez do escritor, cantor... Mas mais provável que seja vivência.
O mundo é grande demais para reinventarmos tudo, mas pequeno demais para não ser tão obvio.
Isso pode até ser batido, mas é assim, porque somos todos diferentemente, iguais.

Raquel Lauer

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Compartilhando ideias




As vezes nós assistimos seriados nos colocando dentro da televisão.
Nos colocamos dentro da música, dos filmes...
Mas na vida dos outros, ah, isso é difícil!
Entender algo real é muito complicado, eu admito.
Mas parar de atravessar a rua quando vê uma pessoa sentada no chão,
parar de julgar por causa de uma roupa velha, curta ou amassada,
parar de falar mal daquela pessoa que antes era sua única amiga...
Isso sim é se colocar. Fechar a boca e parecer menos, não mais.
Colocar seu sapato que não usa mais nos pés descalços de alguém que você nunca tinha visto antes.
Não sou a melhor pessoa desse mundo, nem chego perto disso, eu sei!
Mas um pouco menos, faz mais por mim.
Um pouco mais para alguém, faz mais por mim.
Falar pouco sobre o nosso mundo, e deixar o mundo descrever um pouco quem a gente é.
Aceitar a briga e deixar para lá, rejeitar uma briga e deixar para lá.
Não olhar de canto e se pôr de frente.
Ficar ali segurando as palavras, mesmo que estejam certas ou erradas...
Se coloque. Se sinta inteiramente como o vento.
Livre para estar onde quiser.
As vezes nos esquecemos do que realmente é importante, mas não apenas para nós, para quem esta ao nosso redor, e para quem não esta também.
O conforto de jogar um papel de bala no chão da rua, não vai evitar que a enchente venha se você fizer isso e mais milhares fizerem também.
Cada um tem um conforto e um ideal diferente, mas alguns não tem conforto e só o ideal enlouquece.

Raquel Lauer

Pra te encontrar





Queria ver, um dia do seu jeito
Queria sentir de novo o seu beijo
E eternamente, sentir que seu amor é meu
Que na sua mente, o melhor pra você sou eu

Só quando te encontrar poderei falar
Que o que eu quero é fogo
Só quando te ver poderei te dizer
Que o que eu quero é te ter de novo

Quando cruzarei a mesma esquina que ti
Quando te amei, ao encontro mais do que hoje eu vi
Estou esquecendo do tempo, inseguro tempo
Ao encontro do nosso certo ponto

E vai, esquece tudo que viveu
Para que não aconteça o que já aconteceu
Não deixe morrer, não deixe o que morreu, de mal, reviver
Sobrevoe o ar ao ponto de me encontrar
Não deixe de viver e não me deixe morrer

Ao meu encontro não quero que feche o tempo
Não quero que acabe o conto


Só quando te encontrar poderei falar
Que o que eu quero é fogo
Só quando te ver poderei te dizer
Que o que eu quero é te ter de novo

Não minta para mim, fala que o fim não é assim
Que nem existe, e o som não emite
Enquanto fala do ruim, não é verdade
E só o olhar transparece realidade


Só quando te encontrar poderei falar
Que o que eu quero é fogo
Só quando te ver poderei te dizer
Que o que eu quero é te ter de novo

Raquel Lauer