Lindos e lindas!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um encontro a dois




Vai chegando mais perto dela, ele não tem assunto. Ela esta parada, apenas esperando o ônibus, parece despreocupada, ele quer poder falar alguma coisa... "Que horas são!?", "O quê!?", "As horas...". Foi assim, suas primeiras palavras foram saltadas e tremulas. Ela até que sorriu quando estendeu a pergunta... Mas quando viu seus cabelos despenteados e seus livros embaixo do braço percebeu que não era apenas um quase sorriso. Ela se encantou, sabia o que aquela pergunta sem sentido significava, ele usava um relógio, e reparando bem, as horas estavam certas.

Ele não parava de sacudir os pés e estralar os dedos, ele sabia que era ela, já havia a visto antes nos treinos de educação física, mas estava sempre tão concentrada que atrapalha-la teria sido quase que um despropósito.

"Eu tenho um segredo...", "Ah é!?", "É.", "Me conta!?". E ele recitou uma poesia, breve e com rimas simples da qual dizia que ela não era o sol, mas era seu brilho do dia, dizia que ela não o conhecia, mas ainda iriam se casar. Claro, ela riu muito, e antes que ele pudesse vir o encanto nos seus olhos, seu ônibus chegou e conseguiu apenas apenas ouvir seus passos e o barulho das moedas em sua mão.

Podia ser, podia não ser, ele estava se sentindo um covarde, por que não pegou seu numero de telefone ou perguntou seu nome?

Ela tagarelava incessantemente ao telefone com uma amiga chegada, detalhe por detalhe, milhões de vezes. Mas a falta de informações quase matava a amiga de ansiedade.

Ele estava lá novamente, mas como não poderia? Ela era encantadora.

Ela estava de batom e rímel hoje, mas como não poderia? Ele era encantador e engraçado.

"Oi!", "Oi, desculpe por...", "Não, eu gostei...", "Sério!?", "Uhum!". Se apresentaram e na hora em que o ônibus chegou, ela "acidentalmente" o perdeu. Ele o acompanhou até em casa, e mesmo já escurecendo, via tudo tão claro como nunca virá antes.

Naquela noite, pode não ter mudado o mundo, mas ele encontrou um motivo para fazer fazer do seu mundo uma nova história.

E naquela mesma noite, ela percebeu que a realidade pode ser um sonho, e um sonho, podia ser uma lembrança boa.

Raquel Lauer


O passado e o presente

Boa noite!

Quando me pego revirando as folhas dos meus antigos cadernos, minhas antigas agendas... vejo que cada desenho abstrato, cada texto corrido e cada poesia ainda fazem parte de mim. Talvez não se encaixem plenamente nos meus aspectos atuais, mas se diluem bem nas minhas antigas versões. Isso ainda sou eu, sou em parte sonhos e em parte lembranças. Não tenho como evitar. Ainda acho engraçado ler e reler aqueles textos que nunca mostrei, e pensar e compartilha-los aqui, como uma forma secreta de escape e liberdade.

Vou faze-lo para ser sincera, mas deixo avisado desde já, os textos podem não ser tão agradáveis quanto um dia de sol. Os textos falam sobre vários assuntos, alguns, já coloquei até aqui no blog. Mas vamos lá para essa nova (ou antiga!?) aventura!



Simples Aurora

Repare nas flores da estrada
Ande, mas não vá pela calçada
Ame, mas se ame em primeiro lugar
Pois o sentimento de amar
Sublime, crescente
É se achar e poder te achar
Olhe comigo para lua
Fantasie, pois sou sua

Crie, invente, seja o que você quer
Pois querer é nosso bem, o seu fazer
A vida, o poder viver

A beira mar
As ondas, as estrelas, o silêncio e o olhar
Cada vez mais linda em cada estação
Pegue na minha mão
Me abrace e não me solte

Crie, invente, seja o que você quer
Pois querer é nosso bem, o seu fazer
A vida, o poder viver

Sem destino
Andando com você, acreditando no divino
Na aurora que é simples comparado a nós duas
Esperarei quantas forem as luas
Cada noite para poder te ver

Crie, invente, seja o que você quer
Pois querer é nosso bem, o seu fazer
A vida, o poder viver

Raquel Lauer



Mais que uma poesia escrita

Bom dia pessoal!

Eu acredito na beleza do mundo, acredito que por trás de sua carcaça mal tratada, a tanta coisa linda, tantas pessoas lindas, tanta natureza em sua essência, que não a como não acreditar. As fotos, as lembranças, os sonhos e os objetivos. Os passos, as musicas, a culinária, tudo, em cada detalhe, é colocado perfeitamente em seu lugar, para que seja explicito o que é bonito e implícito o sentimento.

Quase como um trocadilho.

O mundo brinca, se diverte, assim como cada um de nós, ele sofre e sorri.
Eu acredito então, que a beleza não esta só na escrita, esta em tudo.

Desde pequena eu amo moda, amo a expressão que a roupa dá ao corpo. Os movimentos, a atitude.
Eu amo cozinhar também, os detalhes feitos com chantili num bolo de aniversário, a receita que parece boa, mas fica melhor com um segredinho seu, entende? Acho que sim!
Estou chegando neste ponto, pois desde que comecei este blog, tenho vontade de falar sobre isso, expressar de várias formas ainda é poesia. Mas de jeitos e formatos diferentes.
Vou começar aos poucos, afinal, nunca escrevi sobre isso, mas vale a pena, quem não ama fazer aquele prato de doce delicioso e ver todos lambendo os dedos?
Quem não ama vestir aquela roupa que parece que só você vai gostar, mas encanta a tantos olhares e atraem tantos sorrisos que não tem como se sentir bem?
Quem não ama ouvir uma musica que faz o espelho ser uma platéia enorme e a escova de belo ser o microfone?

São essas coisas simples da vida que trazem a nós todos os ritmos e rimas para nosso dia. Lembranças que ficarão vivas e te farão dormir bem a noite, por que por mais que algo te deixe triste, Deus te fará lembrar dessas coisas, só para você rir um pouco da vida!



Nada além disso

Nada ou tudo
Tanto faz
Me sinto bem
E inseguro
Por que tão banais?
Não seja dura
Eu vou te entender
Se acredita em sorte
Em ferradura
Vá se render
O mundo te deu a vida
Mas não tem dó
Aprenda a ser sua amiga
Se quiser viver
E vivera bem melhor.

Raquel Lauer

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Meus dias (des)organizados

Olá pessoal, esta chovendo por aqui, e nada melhor do que passar um tempo compartilhando um pouco de mim com vocês. O blog esta de cara nova, foi feito tudo com muito carinho especialmente para todos que vem visitar! Ah, teremos em breve uma nova postadora aqui... Mas é surpresa e ela trará um pouco de ritmo para o dia-a-dia aqui do Blog Caminhos de Garota!



Meus dias (des)organizados

Meus dias são quietos. Eu penso demais no que pode ser. Mas faço o barulho necessário para não me deixar enlouquecer. A chuva desce rapidamente e não toma cuidado, vai sem medo e de olhos fechados. O leite esfria e a nata fica, calmamente a tiro com o garfo e bebo o leite morno. Sem café ou achocolatado. Espero que ninguém note, mas deixei uma placa na minha frente dizendo que não entendo mais nada. Talvez este seja meu estado normal, revigorante. Saber perguntar, fingir que sei responder a todas as questões... para que ter razão mesmo? Acho que para colocar em ordem o que não pede para ser organizado. Deixa minha cama com os lençóis atrapalhados, meu par de salto alto do lado do guarda-roupa... Não quero que a arrumação me atrapalhe. Como achar os versos que não precisam ser procurados? Prefiro eu não saber de tais coisas! Mas prefiro guardar as palavras sem que estejam em ordem alfabética. A desordem emocional é mais emocionante mesmo.

Raquel Lauer

Carisma intacto

Não me atrevo
Chegar perto, entender
Esta fora da minha mente
Poder te ver
É platônico e isso basta
Um pouco a mais
Um toque
Eu diria que não
Que jamais
Pois se pudesse sentir
Sua respiração
No mesmo momento
A minha pararia.

Raquel Lauer

Sonhando um pouco mais

Bom dia pessoal! Hoje eu trouxe um poema que eu sou apaixonada para compartilhar com vocês.
Estou fazendo isso porque esses dias encontrei uma colega minha que disse adorar poemas antes das desilusões da vida a interromperem. Ahn!? Sim, parou de ler pois desaprendeu a sonhar.
Eu acredito que tão rosa se é o mundo, quanto nós o pintamos. Sem bordas e caroços, podemos sempre acreditar que um choro e uma tristeza é uma lição e uma vitória!
O poema não é sobre isso para ser sincera, mas é lindo!





Pedes explicação

Pedes explicações, que não sei dar,
sobre meu jeito de amar.
Soubesse das razões por que te amo
deste modo
poderia também, apaziguar.

Sou assim:
        um gato na poltrona
aos teus pés
ou um tigre que, faminto,
carinhosamente
                  - vem te devorar.

Affonso Romano de Sant'anna.

Hoje - agora - me chegaram noticias não tão legais... Mas eu acredito que o que Deus dá, o homem não tira! Deixar para lá as duvidas e seguir em frente na fé, por que o que Deus tem para mim, sei que é especial!

Beijos para todos vocês!

Raquel Lauer

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Um pouco de tudo, um pouco de nada



A muito tempo que eu não crio um tempo para mim. Mas para mim de verdade, entendem? O que realmente este tempo significa... É como se o universo me pedisse para esperar. Ter calma e esperar. Não ficar sentada, mas cuidar de tudo a minha volta e depois olhar em meu espelho da penteadeira com uma escova de cabelos na mão. Pentear calmamente as mechas embaraçadas e me contentar secretamente com o resultado. É segredo por que ninguém percebe.
Mas eu percebi que este tempo todo ando me enganando. A vozinha era apenas o medo da partida mesmo. Medo que eu perdi, mas me encontrou. Medo que desta vez fiz questão de eliminar. Não tem como mais ele voltar! Xô daqui! 
E me perguntem se forem curiosos... Medo de que? Do nada. Exatamente, simplesmente e infelizmente do nada. Se soubesse não teria esperado tanto, se fosse algo, teria resolvido. Mas me deixei um pouco para me ver um pouco melhor. Adiantou, e muito para mim! 
Troquei a cor dos meus cabelos, devorei uma duzia de livros e me permiti acreditar, sonhar e escrever coisas bem bobas no meu diário. Palavras que não fazem sentido me fazem dar risada hoje em dia, e ser o que sou em contante mudança, me faz feliz. 
Hoje posso gostar, amanhã não, e que problema teria nisso? Acho que nenhum... 
O importante é que eu finalmente (Uhuu!) estou bem para compartilhar meus textos e meus dias, pois isso me deixa completa, feliz. Sem poder estar aqui, é como se o clichê fizesse concreto na minha vida: Falta uma parte de mim, não estou completa.
Esse tempo longe é passado, e volto aqui para agradecer a todos que leem meus textos. Peço com muito carinho que continuem comigo neste blog (que terá algumas boas mudanças no decorrer da semana!), lendo e expressando tudo o que vocês puderem! 




Um pouco de tudo, um pouco de nada

Entre deveres e achados
Consigo perder objetos concretos e o tempo
Entre uma paródia e outra
Consigo achar risadas e novos começos
Não preciso de muito 
Mas preciso de um pouco mais
As palavras podem ser duras
Mas não poderão faltar jamais
É simples e não bom o suficiente
Mas esta de bom tamanho 
Pensando bem com minha mente
Outros dias ainda virão
Virão entre chuvas e estrelas
Me farão pensar demais
Entre doces, mel e abelhas 
Nada mais se faz.


Raquel Lauer

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Caminhos certeiros




Ela segurava tão forte a mão da mãe, que nem um tornado magico a faria soltar. Segurava tão forte que na hora do beijo e do tchau, despencaria em lágrimas e medo.
Medo tão bobo, mas tão intenso e verdadeiro.
Medo de se sentir desprotegida e só, vulnerável e carente. Nem sabia o que significava a palavra vulnerável, mais em si, se sentia exatamente assim.
Não queria ver todas aquelas crianças brincando juntas naquele parque que ela nem conhecia ainda, mas sua mãe disse que seria bom, então por que tudo isso? Talvez sua mãe mentisse, assim como disse que brócolis era gostoso! Não era.
Suas sapatilhas eram novas e tinham um leve tom avermelhado brilhante, não se dariam bem ao barro. Mas para dispensar desculpas, sua mãe carregava um par de tênis gastos dentro de uma sacola de plástico. Não se esqueceu das meias nem da toalha.
A mãe sentia seus apertos e via os olhares, mas fingia muito bem que não reparava naquela cena. Seria isso e pronto. Tinha que ser assim.
Uma hora ela teria que superar esse medo.
Medo de estar com gente e de ver gente. Tão criança e ingênua já tendo que lhe dar com a rejeição do pai e nem saber que isso acontece em sua integra.
Sua mãe não demonstrava sentimentos, mas sabia que assim seria melhor.
Ela não sabia que era por isso, tanto medo daquele pedaço de terra cheio de crianças de risadas fortes e cabelos bagunçados.
Não sabia das coisas, mas as imaginava em cada detalhe.
Estava vendo, como sua mão poderia fazer isso com ela? Ela não sabia de nada, não entendia nada! Mas a deixava tão segura que na maior parte do tempo isso não importava...
Estava ali, no portão e o coração começou a pular forte, via sua mãe abaixando lentamente para beijar-lhe as bochechas já roseadas da caminhada um pouco longa, sentia que um lágrima estava querendo sair. Previu tudo isso.
A mãe estava tão calma e confiante que não dava espaço nem para um escanda-lo, não seria necessário.
Aquele portão de madeira se abriu, e uma mulher com um sorriso simpático cumprimentou com um aceno que mais parecia um convite que um simples olá.
Ela não se deixou esperar, pegou enraivecida a sacola da mão de sua mãe e se desprendeu dela como um desproposito cheio de birra.
Mas naquela hora, hora em que tudo parecia se desvencilhar de seus desejos, eles mudaram, não devagar como um a um.
Foi simples assim como cabeça de criança deve ser. Foi espontâneo e verdadeiro, aquelas crianças todas, saindo pelo portão, sem controle, apertando a mão, elogiando os sapatos, convidando para brincar de pega-pega e comer sanduiches de atum.
Tudo parecia ter mudado, mas não como uma comparação do caminho com a chegada, lá estava tudo tão bem que não tinha trajetória.
A mãe viu sua filha entrando sem ao menos dizer tchau, levantou-se e numa breve tentativa de contato com a filha, gritou pedindo que não esquecesse se amarrar o cadarço de seu tênis. Tentativa em vão e feliz.
As duas mulheres se olharam, a mãe e a senhora, as duas tinham um brilho inigualável em seus olhos. Brilho de orgulho, que só as mães têm.
A mãe acenou e se virou, ia tomar um café e depois voltaria para buscar a filha.
Agora imaginava como seria, ao invés de não querer ir, não ia querer voltar.
As dezoito horas pontualmente estaria lá, orgulhosa de sua mão firme e do sorriso que conseguiu estampar em sua filha.
Afinal, mesmo com pequenas mentiras sobre legumes, sabia como melhorar uma tarde e fazer a dor esquecer um pouco de seus corações.

Raquel Lauer