Lindos e lindas!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sonhando um pouco mais

Bom dia pessoal! Hoje eu trouxe um poema que eu sou apaixonada para compartilhar com vocês.
Estou fazendo isso porque esses dias encontrei uma colega minha que disse adorar poemas antes das desilusões da vida a interromperem. Ahn!? Sim, parou de ler pois desaprendeu a sonhar.
Eu acredito que tão rosa se é o mundo, quanto nós o pintamos. Sem bordas e caroços, podemos sempre acreditar que um choro e uma tristeza é uma lição e uma vitória!
O poema não é sobre isso para ser sincera, mas é lindo!





Pedes explicação

Pedes explicações, que não sei dar,
sobre meu jeito de amar.
Soubesse das razões por que te amo
deste modo
poderia também, apaziguar.

Sou assim:
        um gato na poltrona
aos teus pés
ou um tigre que, faminto,
carinhosamente
                  - vem te devorar.

Affonso Romano de Sant'anna.

Hoje - agora - me chegaram noticias não tão legais... Mas eu acredito que o que Deus dá, o homem não tira! Deixar para lá as duvidas e seguir em frente na fé, por que o que Deus tem para mim, sei que é especial!

Beijos para todos vocês!

Raquel Lauer

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Um pouco de tudo, um pouco de nada



A muito tempo que eu não crio um tempo para mim. Mas para mim de verdade, entendem? O que realmente este tempo significa... É como se o universo me pedisse para esperar. Ter calma e esperar. Não ficar sentada, mas cuidar de tudo a minha volta e depois olhar em meu espelho da penteadeira com uma escova de cabelos na mão. Pentear calmamente as mechas embaraçadas e me contentar secretamente com o resultado. É segredo por que ninguém percebe.
Mas eu percebi que este tempo todo ando me enganando. A vozinha era apenas o medo da partida mesmo. Medo que eu perdi, mas me encontrou. Medo que desta vez fiz questão de eliminar. Não tem como mais ele voltar! Xô daqui! 
E me perguntem se forem curiosos... Medo de que? Do nada. Exatamente, simplesmente e infelizmente do nada. Se soubesse não teria esperado tanto, se fosse algo, teria resolvido. Mas me deixei um pouco para me ver um pouco melhor. Adiantou, e muito para mim! 
Troquei a cor dos meus cabelos, devorei uma duzia de livros e me permiti acreditar, sonhar e escrever coisas bem bobas no meu diário. Palavras que não fazem sentido me fazem dar risada hoje em dia, e ser o que sou em contante mudança, me faz feliz. 
Hoje posso gostar, amanhã não, e que problema teria nisso? Acho que nenhum... 
O importante é que eu finalmente (Uhuu!) estou bem para compartilhar meus textos e meus dias, pois isso me deixa completa, feliz. Sem poder estar aqui, é como se o clichê fizesse concreto na minha vida: Falta uma parte de mim, não estou completa.
Esse tempo longe é passado, e volto aqui para agradecer a todos que leem meus textos. Peço com muito carinho que continuem comigo neste blog (que terá algumas boas mudanças no decorrer da semana!), lendo e expressando tudo o que vocês puderem! 




Um pouco de tudo, um pouco de nada

Entre deveres e achados
Consigo perder objetos concretos e o tempo
Entre uma paródia e outra
Consigo achar risadas e novos começos
Não preciso de muito 
Mas preciso de um pouco mais
As palavras podem ser duras
Mas não poderão faltar jamais
É simples e não bom o suficiente
Mas esta de bom tamanho 
Pensando bem com minha mente
Outros dias ainda virão
Virão entre chuvas e estrelas
Me farão pensar demais
Entre doces, mel e abelhas 
Nada mais se faz.


Raquel Lauer

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Caminhos certeiros




Ela segurava tão forte a mão da mãe, que nem um tornado magico a faria soltar. Segurava tão forte que na hora do beijo e do tchau, despencaria em lágrimas e medo.
Medo tão bobo, mas tão intenso e verdadeiro.
Medo de se sentir desprotegida e só, vulnerável e carente. Nem sabia o que significava a palavra vulnerável, mais em si, se sentia exatamente assim.
Não queria ver todas aquelas crianças brincando juntas naquele parque que ela nem conhecia ainda, mas sua mãe disse que seria bom, então por que tudo isso? Talvez sua mãe mentisse, assim como disse que brócolis era gostoso! Não era.
Suas sapatilhas eram novas e tinham um leve tom avermelhado brilhante, não se dariam bem ao barro. Mas para dispensar desculpas, sua mãe carregava um par de tênis gastos dentro de uma sacola de plástico. Não se esqueceu das meias nem da toalha.
A mãe sentia seus apertos e via os olhares, mas fingia muito bem que não reparava naquela cena. Seria isso e pronto. Tinha que ser assim.
Uma hora ela teria que superar esse medo.
Medo de estar com gente e de ver gente. Tão criança e ingênua já tendo que lhe dar com a rejeição do pai e nem saber que isso acontece em sua integra.
Sua mãe não demonstrava sentimentos, mas sabia que assim seria melhor.
Ela não sabia que era por isso, tanto medo daquele pedaço de terra cheio de crianças de risadas fortes e cabelos bagunçados.
Não sabia das coisas, mas as imaginava em cada detalhe.
Estava vendo, como sua mão poderia fazer isso com ela? Ela não sabia de nada, não entendia nada! Mas a deixava tão segura que na maior parte do tempo isso não importava...
Estava ali, no portão e o coração começou a pular forte, via sua mãe abaixando lentamente para beijar-lhe as bochechas já roseadas da caminhada um pouco longa, sentia que um lágrima estava querendo sair. Previu tudo isso.
A mãe estava tão calma e confiante que não dava espaço nem para um escanda-lo, não seria necessário.
Aquele portão de madeira se abriu, e uma mulher com um sorriso simpático cumprimentou com um aceno que mais parecia um convite que um simples olá.
Ela não se deixou esperar, pegou enraivecida a sacola da mão de sua mãe e se desprendeu dela como um desproposito cheio de birra.
Mas naquela hora, hora em que tudo parecia se desvencilhar de seus desejos, eles mudaram, não devagar como um a um.
Foi simples assim como cabeça de criança deve ser. Foi espontâneo e verdadeiro, aquelas crianças todas, saindo pelo portão, sem controle, apertando a mão, elogiando os sapatos, convidando para brincar de pega-pega e comer sanduiches de atum.
Tudo parecia ter mudado, mas não como uma comparação do caminho com a chegada, lá estava tudo tão bem que não tinha trajetória.
A mãe viu sua filha entrando sem ao menos dizer tchau, levantou-se e numa breve tentativa de contato com a filha, gritou pedindo que não esquecesse se amarrar o cadarço de seu tênis. Tentativa em vão e feliz.
As duas mulheres se olharam, a mãe e a senhora, as duas tinham um brilho inigualável em seus olhos. Brilho de orgulho, que só as mães têm.
A mãe acenou e se virou, ia tomar um café e depois voltaria para buscar a filha.
Agora imaginava como seria, ao invés de não querer ir, não ia querer voltar.
As dezoito horas pontualmente estaria lá, orgulhosa de sua mão firme e do sorriso que conseguiu estampar em sua filha.
Afinal, mesmo com pequenas mentiras sobre legumes, sabia como melhorar uma tarde e fazer a dor esquecer um pouco de seus corações.

Raquel Lauer

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Dias que me esqueço




São dias assim, dias exatos e exatamente assim, que me fazem esquecer de minha própria existência.

Não como algo ruim.

As coisas inevitavelmente mudam. O tempo inteiro e totalmente.
A raiva se transforma em confusão, em amor e em vontade de matar um travesseiro.
Muitas coisas passam por aqui e passam por mim, aquela vontade de fazer o mundo desaparecer e sair procurando como uma curiosa mania de brincar de esconde-esconde fica.
Não me submeto a muitas perguntas, mas procuro sempre as respostas. Do que? Eu não sei. Simplesmente assim, eu não sei.

Largar tudo e... largar algo que não esta veridicamente comigo? Sim, da vontade. Largar o mundo que esta nas minhas costas, não nas minhas mãos, e largar o chão que me segura, não o que me sustenta. Tem diferença, um chão me prende, o outro me solta.

Eu ando e ando parando por ai. Descubro cada vez mais que realmente não sou apenas uma. Descubro que não sou tão poética quanto uma dor e descubro que a nudez do corpo é até mais fácil que a nudez do espirito.

Não saio por ai sem roupa e sem resposta.

Eu me perco a cada passo, mas vou achando coisas e pessoas pelo caminho. Coisas que me inspiram, pessoas que me inundam de esperança e no entanto não sabem que eu estou ali.
Esses dias que andam passando, não estão passando.
É como se fosse uma ilusão, uma continuação de novela mexicana, como se um drink durasse vários capítulos e a musica intensificasse tudo.

Nossa! Eu quero tantas coisas e no entanto, hum, no entanto! E no entanto espero que sumindo eu apareça em cima de uma nuvem, balançando os pés esperando derrubar meus sapatos numa praia deserta, cheia apenas com pedras e vento.

Eu não vejo o invisível, talvez eu não o sinta também - nem sempre.

Eu não bato na porta, mas entro na indecisão e na descrença sem lógica. Sim, para mim a fé é a única coisa real que existe  um ser humano.
A fé sobre qualquer coisa, a questão de acreditar me fascina, me excita.

Mas a coragem nem sempre. Os lugares não são certos, então a coragem sem conhecimento pode ser perigosa, enlouquecedora. Completamente enlouquecedora.

Os dias são assim também, enlouquecedores. O ponto certo é sempre o mais desequilibrado possível, e que graça teria tudo sem um pouco de loucura?

Graça? A vida é de graça mas se paga o tempo inteiro por ela.
Paga e pega o troco. Se engana. Eu me confundo e erro e me entrego.
Como uma prisão a vida esta lá, inalcançável e nas nossas mãos.

Mãos que se atam o dia todo em afazeres sem explicação, só para terem o gosto do descanso a noite.

Dias e noites que sentem a dor de serem esquecidos.

Como eu, ainda me esqueço.
E esqueço um pouco mais. Mais ainda do tempo que já me deixou para traz.

Raquel Lauer



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Serei sua admiradora secreta


 

Quando o espelho se torna inimigo e os dias se passam como colchões velhos esperando ir para o lixão, sua vontade é que o mundo desapareça e te esqueça.

Eu não me esqueci de verdade - de você.

Ainda fiquei te olhando quando você não sabia mais o que era reflexo, fiquei esperando limpando cada fio de cabelo seu enquanto dormia escondendo a feição de dor com os braços magros, ainda te escrevo cartas que não vou te entregar com a minha assinatura.

Serei sua admiradora secreta.

Te darei pistas e te farei acordar num espanto quase que grotesco. Vou rir de encantos e sustos rápidos, mas serei sincera em cada palavra que escrever.
Farei corações pela sua casa, em seus espelhos e em folhas de papel, terá que passar dias limpando, assim como passei os dias fazendo essa arte. Não terá tempo para se afogar num balde sujo, cheio de água da chuva e de lágrimas.
Escreverei cartões que te façam suspirar tão profundamente que quase irá perder o folego e cair para trás.

Eu farei com que sonhe, e nunca tenha pesadelos.

Colocarei ursinhos de pelúcia na sua cama e te rodearei com musicas clássicas que te acalmem. Vou orar em segredo para que os anjos te acompanhem em suas aventuras enquanto se embala nos sonhos mais agradáveis e loucos.
Sua cama terá a macies das nuvens mais densas e macias, vou dormir em pregos para equilibrar o mundo.

Vou te observar só mais um pouco.

Com toda minha verdade, jamais te contarei quem sou. Vai me ver, estará do meu lado, mas não saberá que sou eu.
Quero ser uma desconhecida plainando sobre sua desordem, arrumando cada tranca quebrada, te deixando livre para fechar e abrir as portas e as janelas a hora que quiser.
Já vi que o fim do posso não é nem o começo de um desespero real, vi que talvez muitos que foram com o mundo e te deixaram para trás, fecharam os olhos e sonharam com isso. Não sabem que ficaram a quilômetros de distância de tudo, num fim tão longe que não mexem seu corpo nem para admirar um aceno de longe.

Não é só por você.

O amor que te comove, são os pés que correm e aceleram meu peito. Já passei por isso, não assim talvez pior. Na minha concepção, claro. Sei o que é passar pelas vidas sentindo-se morta e vulneravelmente imóvel. Deixar que nada tenha valor, deixar que os suspiros sejam choros apertados... Deixar-me enlouquecer foi bom para minha sanidade.
Digo com todas as letras, te ajudo por mim, porque o amor pode ser tão grande que não aguenta ver a dor e dá as costas. Mas pode ser tão doloroso que vê o sofrimento e se vê ali.

Sou eu, seu presente em meu passado.

Sou as cartas secretas embaixo do seu travesseiro e nas gavetas do armário.
Sou seu suspiro parado e seu maior embalo.

Sou quem te faz, pelo que seja um instante, querer continuar dormindo por mais cinco minutos, só para admirar os anjos e as estrelas dos sonhos.

Raquel Lauer

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Mais que uma sensação boa



Eu leio e releio aqueles textos simples que me fazem ver o mundo de um jeito melhor. Talvez rosa.
São textos longos que procuram ser compreendidos e lidos a todo instante.
Coisas tão únicas que carregam e sobram em si. Coisas que leio e repito na minha mente o tempo inteiro e quase sempre.

Sonhos que são realizados a cada palavra e a cada espaço também. Sorrisos que eu solto enquanto percorro o computador com suas frases bonitas. Lágrimas que eu seguro quando me comovo e sinto um nó na garganta esperando o final feliz no final da história. Ele sempre aparece e o nó acaba sumindo.

A lágrima sai e vem uma sensação boa.

São sensações compartilhadas com cada leitor, mas ao mesmo tempo, diferentes em cada pessoa.
Eu procuro esses textos, procuro livros e procuro mais histórias que me encham de não-sei-o-que-mas-me-faz-bem.

Gosto de saborear as palavras e as gravuras quando acompanham. Posso ficar por muito tempo olhando e olhando, achando os detalhes e procurando bagunças que me façam sentir parte de tudo.
Mas o que eu posso fazer?
Sou assim, e isso não é um defeito, gosto de ver histórias boas que me façam sentir leve quando só o que encontro em meus parágrafos são a verdade de uma vida que aprendeu a complicar tudo, do modo mais verdadeiro possível!

Como poderia?
Sim, sou um conflito em construção, quebrando tijolos e reconstruindo o tempo todo para que nunca me falte uma barreira para que eu possa escorar de vez em quando.

Eu sei, amo a leitura que me leva de tudo, para eu aprender como as coisas são, poderiam ser e como pode ser simples e complicado ao mesmo tempo, tudo o que somos e sentimos.
Eu vou continuar procurando textos escondidos por aí, como tesouros que quase ninguém viu o valor, e vou continuar franzindo minha testa para muitas questões que não se encaixam no decorrer de uma leitura aconchegante.

Fechar os olhos depois de tudo e soltar aquele sorriso leve enquanto a cadeira serve de nuvem, só me prova cada vez mais que cada letra de uma palavra, se junta em harmonia para nos fazer aprender a ser feliz do jeito que dá.

É mais que um mero sentimento, eu sei disso.

Raquel Lauer

Sentindo




Sempre me entrego a devaneios
Se entregar em sorteios
Quem vai ganhar?
Eu leio e ainda assim não compreendo
Entender pra que?
Simplesmente vou vivendo
Vai chegar o dia, a hora vai passar
Vou dividir as cores e o sol vai brilhar
Vou ver tudo e como esta
E em dias assim, vou me declarar
Pois esperar é um dom
Aceito por poucos
Uma grande doação, um sonho
Acelerado por loucos
Sei onde estou
E para quem rezo
Sei quem ficou
E quem eu prezo
Espero poder entender cada palavra
E chegar ao final feliz
No meio da estrada

Raquel Lauer