Entre o amor e os sorrisos

Era aquela vez, aquele dia. Você nem queria levantar da cama, mas não pregou o olho uma vez sequer. Você queria fazer a pergunta do bem me quer para ela. A brincadeira quase secreta de vocês dois! As flores... Qual comprar? O dia na escola e um lanche a tarde ou uma sorveteria? O que ela mais gosta? É especial... É bem cedo, tão cedo que nem clareou direito ainda, mas é melhor tomar o chocolate quente logo e pegar as plantas, margaridas, são especiais e ela vai gostar. O uniforme esta todo amassado e a mochila bagunçada. Trinta minutos para arrumar o cabelo e ainda sai atrasado para pegar  o ônibus. Chega para a segunda aula e esquece de carregar seu celular ainda. Bateria zero. Você a vê na janela enquanto espera poder entrar na sala. Eu sei o que sente por aquele sorriso - é o que eu sinto pelo seu - eu sei que naquele dia em que conversamos, rolou alguma coisa, talvez tenha sido só para mim, ela é minha amiga, sua garota, a que você ama, já faz tempo que eu sei e assisto esse filme de longe - bem de perto. Você entra na sala e a professora anuncia a prova em dupla, vejo o olhar cúmplice de vocês e vou logo pedindo para o João fazer dupla comigo, sabe, ele é um bom amigo e sei sobre o sorriso dele também. O resto do dia na escola passou que eu nem percebi. Sobre a prova, era de matemática, estava com a cabeça na lua e sou boa em humanas, não exatas. Você foi para a entrada da escola, te vi conversando com ela, marcaram as 14h na sorveteria, cada um almoça na sua casa e se encontram depois. Você foi rápido, nem almoçou de verdade, trocou de roupa - para uma sem amassados - e pegou as flores que de manhã havia deixado no vaso. Ela me liga a noite e me conta os detalhes, como você estava calmo e pediu sorvete de creme para os dois, me conta sobre como seu beijo é doce e tinha gosto de sorvete. Me conta cada detalhe sem saber que a cada palavra eu me agachava e recolhia um pedacinho do meu coração. Meu peito doía, mas não, com ela não poderia haver traição, não poderia chegar e falar que gostava de você. Você a ama e isso basta para eu ficar fora do caminho. Mas sei que naquela tarde, você não estava calmo, estava ansioso e com o estomago todo embrulhado cheio de sentimentos borbulhando. Ela amou as flores, e vocês agora podem ser chamados de namorados. Você esta tão feliz neste momento que provavelmente não dormira esta noite. Eu vou ficar na varanda um bom tempo, olhando as estrelas e pronta para esperar o novo dia, me trazer coisas boas. Assim como trouxe para você. 

- Raquel Lauer

Foto do livro Depois Dos Quinze. 

Com carinho

Sabe, eu tenho sentimentos, mas parece que muitas vezes não sentem isso sobre mim. Poxa, você podia chegar em casa e aceitar meu abraço... Podia me dizer coisas boas para eu retribuir... Podia, antes de desligar o telefone, dizer "tchau". Eu amo você, de todo meu coração, e é por isso que dói tanto quando eu sinto essa distância entre nós. Talvez você tenha sido sempre assim, mas eu sinto sua falta, eu choro quando a gente discute e me lembro, as vezes, de coisas que eu não queria lembrar. Sei que você também me ama aliás, você é meu pai, mas tem um ditado muito sábio que diz que "saber e não fazer, ainda é não saber.", então, se quiser, qualquer dia, estou aqui e quero compartilhar minha vida, as pequenas coisas com você. Quero crescer, emocionalmente e ficar mais forte, profissionalmente e em todos os sentidos. Se quiser me apoiar, eu vou ficar muito feliz. Se quiser meu apoio, eu estou aqui para o que precisar, só por favor, não demora não. Afinal de contas, tudo vai dar certo.

- Raquel Lauer

                                      

Boa noite!

Um dia cheguei a não acreditar nas coisas boas da vida e descobri que esse pensamento era uma armadilha do dia a dia para que o conforto tomasse conta de mim. A alegria é mais do que a gente pensa, uma realização, a sensação de liberdade, os livros que posso ler e escolher quando ir e vir, essas coisas são de verdade boas e estão aqui comigo! As coisas boas existem, e prefiro ir atras disso que ficar sentadinha olhando pra parede pensando "e se". Agora comigo é "vamos lá"! Boa noite pessoal e pensem também Vamos vamos vamos ;)
- Raquel L.

Dia a dia

Hoje o dia começou com o pé esquerdo. É assim que se diz né? Pé esquerdo. Algumas lágrimas chegaram perto demais de sair de mim, segurei. Não por questão de querer ser forte, mas a vida continua e meus motivos, ah, não dou pra ninguém! E agora vai chegando de tarde e eu acho que depois de ter almoçado - algumas besteiras - estou melhor. Mais tranquila. Continuo sendo a sonhadora de sempre e deixando muita coisa pra lá. Talvez você ai já tenha passado o dia depois de um banho de aguá fria pela manhã, mas deixe passar, tome um banho de aguá quente pra se acalmar, igual eu fiz. Siga em frente!

- Raquel Lauer

Medo e coragem

O mundo não é um jogo fácil, mas o medo é só para os gigantes, que podem enfrenta-lo. Se eu sou medrosa, e dai? Vou passar por cima e não fingir ser a guerreira audaciosa que não olha por onde anda. Eu olho, com cuidado!!! - Raquel Lauer

Caprichando

Este mês, recebi a Capricho em casa sem muita pretensão, admito. Por muito, percebi certo declínio em seu conteúdo no decorrer do tempo, mas isso é apenas opinião própria. Contudo, notei que neste mês, a revista esta mais madura e com mais amplitude. Segue seu ritmo - o que claro, agrada - mas abrangendo mais áreas e dando espaço para programas e artistas nacionais - o que as vezes falta. A Anitta esta na capa. A cantora que sempre é criticada pelo seu estilo e música. Já assisti a um DVD que ela estrelava, e não vou dizer que é uma artista que ouviria casualmente e diariamente - mas ok, não faço ouço musica incansavelmente mesmo!. Eu não posso criticar um trabalho/pessoa por as vezes ser divergente a apenas uma opinião. Quando abri a revista, fui direto a entrevista, e o que me surpreendeu é que eu gostei, achei que foi sincera e estava bem colocada a campanha da capa com a cantora dita. Descobri que não, nem sempre falamos aquilo que sabemos, e por isso vamos e criticamos mesmo.
Enfim, a revista deste mês esta com um conteúdo bem diversificado. Muitas vezes olho coisas que podem melhorar e mudar, mas a Capricho - agora mensal - esta mais equilibrada.
Estou ansiosa já para a revista impressa do próximo mês!

Raquel Lauer

Desabafos Secretos

Como as coisas deixam de fazer sentido com o tempo. 
Uma palavra e bum. O mundo explode!
É como se tudo tivesse que ter lugar certo, e não tem. Como se os problemas mais complicados para mim, fossem besteira para os outros. 
Eu não quero sair por aí mudando tudo. Não quero deixar minha vida ser só casca, aparência e mais nada. 
Eu me permito errar, mas escondida. Eu me permito sofrer, mas na embriagues, eu me permito irritar e explodo com quem estiver por perto.
Eu prefiro acreditar que esta tudo bem sabe, mas não esta, esta tudo tão bagunçado quanto um quarto de criança. 
Acho que não vão entender, então pra que falar? Acho que não querem saber, então pra que contar? Acho que nem vão acreditar, então porque tentar?
Agradar os outros, colocar um sapato bonito e arrumar o cabelo. Pra que eu quero isso? Por que eu faço tanta coisa e luto tanto se ainda me sinto retrocedendo? É como se eu quisesse ser um pouco de cada um a minha volta e completamente eu ao mesmo tempo. E se eu pudesse saber o futuro... Eu saberia se todas as lutas valem a pena nesse momento. Eu quero mais, não quero viver sendo apenas mais uma, arranjando e dando um jeito na vida. Quero passar por mais, largar de mão e agarrar o mundo inteiro. 
Quero que parem de me ver assim, prefiro que parem de me ver se for para sempre pensarem que eu não posso errar... Quantas vezes na minha cabeça eu fico imaginando como as coisas poderiam ter sido, poderiam mudar. Mas, acho que hoje, nada disso vai acontecer, por mais que seja a coisa mais importante da minha vida. 
Tudo cai sobre nossas cabeças, menos as ideias boas. Tudo vem para minhas costas, menos a força necessária. Tudo esta fora do meu alcance, menos a vontade de esquecer que o mundo não volta atras. 

Quando eu fui terminando de ler, fui sentindo a dor de cada palavra sincera escrita naquele papel amassado. Era como se aquilo todo, como se eu quisesse pegar e colocar as dores no pote de vidro junto com a carta de letras tortas e sentimentos avulsos. Mas não posso, a vida é assim e todos passam por isso.
O que mais eu sei, em segrego vou guardar cada palavra e talvez até este que se encontra em minhas mãos, num lugar secreto, era para estar no lixo agora, mas errou o cesto (nunca se deu bem em esportes, nunca se deu bem com basquete) e caiu no chão. Peguei depois que se virou e foi para casa dormir, seus ombros caídos foram juntos, mas parecia que eram carregados com dificuldade.
Amanhã cedo, se quiser conversar, não posso, vai me dizer: "Coisa de momento, estou bem". Tudo bem.
Não posso negar que é difícil mesmo. Não ter realmente quem confiar, apenas num caderno velho.
E como se eu soubesse mais, peguei um copo d'água, bebi e fui caminhar como o vento - já era hora de ir também. A noite já pairava levemente, os pensamentos estavam longe de mim mas disse em baixo tom: energias positivas, te mando muitas energias positivas.

Raquel Lauer